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Astrônomos revelam imagem de uma violenta batalha cósmica 1f2v2k

Galáxia 'ferida' por radiação de quasar perde a capacidade de formar estrelas 291y6c

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2025, 14h22 - Publicado em 21 Maio 2025, 14h21

Pela primeira vez, astrônomos observaram uma colisão galáctica única: uma galáxia distante está sendo perfurada pela intensa radiação de outra, impulsionada por um quasar. Esse confronto impede a galáxia “vítima” de formar novas estrelas.

Duas galáxias se aproximam repetidamente no espaço a 500 quilômetros por segundo. Em vez de um choque direto, elas trocam golpes rasantes, afastam-se e preparam-se para outra investida, como nas antigas batalhas medievais com cavalos e lanças. “Nós, portanto, chamamos este sistema de ‘justa cósmica'”, explica Pasquier Noterdaeme, co-líder do estudo e pesquisador do Institut d’Astrophysique de Paris e do Laboratório Franco-Chileno para Astronomia.

Nessa batalha galáctica desigual, uma das galáxias usa um quasar para “perfurar” a outra com um feixe de radiação. Quasares são núcleos brilhantes de galáxias distantes, alimentados por buracos negros supermassivos que emitem grandes quantidades de radiação.

Quasares e fusões de galáxias eram mais comuns nos primeiros bilhões de anos do universo. Para observá-los, os astrônomos precisam olhar para o ado distante com telescópios potentes. A luz dessa “justa cósmica” levou mais de 11 bilhões de anos para nos alcançar; isso significa que a vemos como ela era quando o universo tinha apenas 18% de sua idade atual.

Efeito direto da radiação 125pc

Pela primeira vez, os astrônomos puderam observar o efeito direto da radiação de um quasar na estrutura interna do gás de uma galáxia que, de outra forma, seria regular. “Aqui vemos pela primeira vez o efeito da radiação de um quasar diretamente na estrutura interna do gás em uma galáxia companheira que de outra forma seria regular”, detalha Sergei Balashev, co-líder do estudo e pesquisador do Instituto Ioffe em São Petersburgo.

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As observações mostram que a radiação do quasar desorganiza as nuvens de gás e poeira da galáxia atingida, deixando apenas regiões menores e mais densas. Essas regiões provavelmente são pequenas demais para formar estrelas, resultando em menos “berçários estelares” na galáxia ferida, o que demonstra uma transformação dramática.

This artist's impression shows a ‘cosmic joust’ –– a galactic merger in which the galaxy on the right hosts a quasar at its core. This quasar is powered by a supermassive black hole swallowing up material around it and emitting a powerful cone of radiation, piercing the other galaxy like a lance. As this radiation interacts with the galaxy on the left, it disrupts the clouds of gas and dust within, leaving behind only the smallest and densest regions. These regions are likely rendered incapable of star formation after the process.
Impressão artística de uma “justa cósmica”: duas galáxias se enfrentam em uma dança cósmica mortal – (ESO/M. Kornmesser/Divulgação)

Mas não é só a galáxia “vítima” que está se transformando. “Acredita-se que essas fusões tragam enormes quantidades de gás para os buracos negros supermassivos que residem nos centros das galáxias”, diz Balashev. Na justa cósmica, novas reservas de combustível são levadas para perto do buraco negro que alimenta o quasar. Assim, o quasar pode continuar seu ataque destrutivo.

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Ferramentas de observação 4p1c29

O estudo combinou observações de dois poderosos instrumentos no Deserto do Atacama, no Chile: o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) e o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA). A alta resolução do ALMA foi essencial para diferenciar as duas galáxias em fusão, que pareciam um único objeto em observações anteriores. Usando o instrumento X-shooter no VLT, os pesquisadores analisaram a luz do quasar ao ar pela galáxia regular, o que permitiu estudar como ela foi afetada pela radiação durante o combate.

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