PF confirma que assassinato de Bruno Pereira foi crime contra humanidade 2j1s11
Entenda 1d4643

Maior indigenista da história do Brasil, Bruno Pereira foi vítima de um crime perverso.
Não foi somente contra ele e Dom Phillips, colega jornalista que acabou sendo assassinato brutalmente junto com Bruno.
Foi contra a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Ou seja, contra o país e o mundo.
Quando o inquérito confirma que os assassinatos foram em decorrência das atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno Pereira na região do Vale do Javari, é disso que estamos falando.
Ou vamos fingir que as crises climáticas não existem? Não entendemos que o futuro da humanidade – a continuidade da vida como conhecemos – depende de uma Amazônia de pé?
Bruno Pereira sabia disso. Em todas as (inúmeras) conversas que tive com ele essa era a sua maior preocupação, junto com a garantia dos direitos indígenas.
O indigenista, o único servidor brasileiro fluente no dialeto dos Korubo do Coari, queria os povos originários cada vez mais respeitados para que eles pudessem ajudar em um grande movimento para salvar a floresta e a humanidade.
É preciso lembrar que os corpos de Bruno e Dom foram esquartejados e enterrados em lugar da mata extremamente úmido para que os restos mortais sumissem rapidamente.
Quanto mais úmida a terra, mais rápida a decomposição. É crime hediondo.
Os assassinos têm conexões com o crime organizado, o mesmo crime organizado brasieiro que, no Rio de Janeiro, matou Marielle Franco.
Na Amazônia, eles derrubam árvores, traficam animais, roubam espécies de plantas e usurpam a terra. São madeireiros, caçadores, piratas, grileiros.
Eles têm roubado tudo de nós, até o futuro.
A verdade é que a Polícia Federal confirmou, nesta segunda, 4, que o assassinato de Bruno e Dom foi um crime contra toda humanidade.