A demanda radical 6k1y4h
Mesmo derrotado, Marçal pode ser o antissistema a presidente em 2026 o5n5f

Pablo Marçal perdeu, mas ganhou. Fora do segundo turno da disputa de São Paulo, Marçal mostrou que existe uma demanda em uma grande parcela do eleitorado por candidatos de extrema-direita, com discurso antissistema e que não se sentem representados pela direita tradicional.
Essa extrema-direita rachou o antipetismo em São Paulo, Curitiba, Goiânia, Belo Horizonte, Fortaleza e provavelmente terá um candidato a presidente em 2026. Pode ser o próprio Marçal ou, se ele for julgado inelegível, “um Marçal”. Onde existe demanda, sempre haverá um produto.
Seja Marçal, seja outro candidato, a divisão afeta os planos do principal pré-candidato do bolsonarismo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O plano do governador era manter a sua pré-candidatura em banho-maria até 2026 e só então, avaliando as chances eleitorais, decidir se seria candidato a presidente ou governador. Agora, Tarcísio tem de antecipar sua decisão. Se o governador demorar demais, partirá nas pesquisas atrás de Marçal, que virou uma figura nacional depois dos holofotes que ganhou nos últimos meses.
A divisão na oposição é a única boa notícia em uma eleição que foi ruim para o governo Lula. Ganhos econômicos reais – como o menor desemprego em dez anos, massa salarial recorde, benefícios sociais em alta e inflação razoavelmente sob controle – que teriam rendido votos aos candidatos lulistas desta vez não tiveram efeitos. O presidente evitou participar das campanhas porque não queria vincular o seu nome à derrota, mas terá de fazer isso nos quase impossíveis segundo turnos em São Paulo e Porto Alegre.