Com drones escondidos por espiões, Ucrânia lança operação ‘Teia de Aranha’ contra bases da Rússia 6l595l
O país realizou ataques em larga escala contra bases aéreas no interior da Rússia 5i1h4h
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Atualizado em 2 jun 2025, 08h34 - Publicado em 1 jun 2025, 14h16
A Ucrânia realizou ataques de drones em larga escala contra bases aéreas no interior da Rússia, destruindo diversos aviões de combate, de acordo com uma fonte do Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) ouvida pela rede americana CNN neste domingo, 1.
À agência de notícias Reuters, autoridades ucranianas relataram que agentes dos serviços secretos ucranianos esconderam drones carregados de explosivos dentro de contêineres de madeira, que foram levados em caminhões até as bases. As partes superiores dos contêineres foram modificadas para serem levantadas por um mecanismo acionado de forma remota, permitindo que os drones voassem e iniciassem os ataques.
+ Rússia ataca Ucrânia com número recorde de 472 drones, diz força aérea ucraniana
A operação recebeu o codinome “Teia de Aranha”, de acordo com a autoridade de segurança ucraniana, e foi supervisionada pessoalmente pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Mais de 40 aeronaves foram atingidas, segundo a fonte ouvida pela CNN, incluindo bombardeiros estratégicos TU-95 e Tu-22M3 e um dos poucos aviões de vigilância A-50 restantes da Rússia. O Ministério da Defesa russo confirmou que a Ucrânia havia atacado bases em cinco regiões e classificou os ataques como “terroristas”.
Os aeródromos visados incluíam Belaya, em Irkutsk, a cerca de 4.500 quilômetros da fronteira da Ucrânia com a Rússia, e a base de Dyagilevo, em Ryazan, no oeste da Rússia, a cerca de 520 quilômetros da Ucrânia, que é um centro de treinamento para a força de bombardeiros estratégicos da Rússia.
A base de Olenya, perto de Murmansk, no Círculo Polar Ártico, a mais de 2.000 quilômetros da Ucrânia, também foi atingida, segundo a fonte, assim como a base aérea de Ivanovo, a mais de 800 quilômetros da Ucrânia, usada majoritariamente pra aeronaves de transporte militar.
Ataques russos e negociações de paz 6n4h5c
Em paralelo, também neste domingo, a Ucrânia informou ter sido alvo de 472 drones da Rússia durante a noite — o maior número registrado desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, confirmou um porta-voz da força aérea ucraniana à agência de notícias AFP.
Nas semanas recentes, o número de ataques com drones aumentou exponencialmente, à medida que a Rússia ou a usar modelos guiados por fibra óptica, que dificultam a defesa e o avanço de tropas ucranianas.
Com um cabo de fibra óptica conectado diretamente ao operador, esses drones enviam e recebem sinais sem utilizar frequências de rádio, o que os torna imunes aos sistemas de guerra eletrônica usados para neutralizar drones convencionais. Segundo militares ucranianos, isso representa uma nova ameaça, visto que os dispositivos podem operar em baixa altitude e até dentro de estruturas.
O ataque a território ucraniano se dá em horas antes de uma nova rodada de negociações em Istambul, na Turquia, entre representantes russos e ucranianos. O encontro, previsto para segunda-feira, segue o anúncio do Kremlin de que a Rússia teria terminado de redigir um memorando de paz com seus termos para encerrar a guerra. Os termos, no entanto, divergem do posicionamento da Ucrânia, que tem entre suas prioridades obter “um cessar-fogo completo e incondicional”, além do “retorno dos prisioneiros” e das crianças ucranianas que Kiev acusa Moscou de ter sequestrado.
De acordo com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os dois países preparariam documentos sobre “modalidades de acordo e cessar-fogo” e discutiriam e trocariam os arquivos durante a próxima rodada de negociações.
A última rodada de negociações entre as duas delegações também foi realizada em Istambul no início deste mês, mas os lados não chegaram a um acordo para um cessar-fogo.
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