Guerra recuou desenvolvimento da Faixa de Gaza para década de 1950, diz ONU nl6j
Conflito instaurou uma grave crise humanitária em Gaza, desestabilizando o sistema de saúde local e a educação v2k5k

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) disse nesta terça-feira, 22, que a guerra entre Israel e o grupo radical Hamas levou a maior parte da população da Faixa de Gaza à pobreza e recuou os indicadores de qualidade de vida do enclave palestino para a década de 1950. O conflito, iniciado em outubro do ano ado, instaurou uma grave crise humanitária em Gaza, desestabilizando o sistema de saúde local e a educação.
“O Estado da Palestina está ando por níveis sem precedentes de retrocessos”, disse Chitose Noguchi, representante especial do Programa de Assistência ao Povo Palestino do PNUD à frente do levantamento, durante coletiva em Genebra. “Para Gaza, isso significa um retrocesso estimado de 70 anos no desenvolvimento, para 1955.”
O estudo do PNUD indicou um encolhimento de 35% da economia dos territórios palestinos — ou seja, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia — desde o início da guerra, em outubro do ano ado. Além disso, o nível de pobreza se aproxima da marca de 100%, enquanto o de desemprego está em 80%. Estima-se que cerca de 1,8 milhão de pessoas em Gaza estejam em situação de fome extrema, das quais 133 mil enfrentam insegurança alimentar “catastrófica”.
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Mesmo com a manutenção da ajuda humanitária internacional, sem interrupções, o enclave levaria uma década para reerguer sua economia para os níveis anteriores aos ataques israelenses. O custo do reparo da infraestrutura destruída pode ultraar US$ 18,5 bilhões,o que representa quase o total da produção econômica anual dos territórios palestinos em 2022.
Além disso, dados de setembro mostram que 625 mil alunos em Gaza estão sem estudar e 93% das escolas foram seriamente danificadas. Hospitais e outras infraestruturas essenciais também foram devastados. Menos da metade dos centros de assistência médica primária funcionam parcialmente, ao o que 986 profissionais de saúde foram mortos em ataques israelenses.
Ao todo, quase 43 mil pessoas foram mortos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023. Ao menos 3,3 milhões de palestinos, 2,3 milhões deles em Gaza e 1,5 milhão deles crianças, precisam de assistência humanitária urgente, de acordo com o levantamento da PNUD.