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Garnier colocou tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro, reafirma ex-comandante 6c14n

‘Falei para Bolsonaro, no dia 1º o senhor não será presidente’, relatou o ex-chefe da Aeronáutica 4i4m4x

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2025, 16h11 - Publicado em 21 Maio 2025, 13h10

Arrolado como testemunha de acusação na investigação que imputa a Jair Bolsonaro, a militares de alta patente e a integrantes do antigo governo uma conspirata para dar um golpe de Estado no país, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior relatou nesta quarta-feira, 21, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ex-chefe da Marinha Almir Garnier colocou as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro, na ocasião em que o então presidente discutia com auxiliares a possibilidade de reverter o resultado eleitoral que havia levado ao retorno de Lula ao Palácio do Planalto.

“A postura do Garnier era de muito incomodo com o processo. Lembro que uma vez falei pra ele que nada podia ser tão pior para as Forças Armadas do que nós não termos uma postura de consenso. O almirante Garnier não estava na mesma sintonia”, explicou ele antes de confirmar que o militar de fato anunciou que endossaria as ordens de Bolsonaro.

“Eu tenho uma visão muito iva do almirante Garnier. Em uma dessas [reuniões] ele falou que as tropas da Marinha estavam à disposição do presidente”, diz o ex-comandante.

Para o Ministério Público, a fala leva à interpretação de que o almirante “anuiu com o golpe”, embora a defesa do ex-comandante conteste essa alegação.

Segundo o ex-chefe da Aeronáutica, no dia 14 de dezembro de 2022, no Ministério da Defesa, uma nova reunião discutiu vernizes jurídicos para contestar o resultado das urnas – e Garnier estava presente. “Sentei ao lado do Garnier. Imediatamente a reunião começou e o general Paulo Sergio [então ministro da Defesa] disse: ‘trouxe um documento pra vocês verem’. O documento estava na mesa, dentro de um plástico. Falei: ‘esse documento prevê a não assunção do presidente no dia 1 de janeiro?’ Sim. Falei: ‘não ito sequer receber esse documento, não ficarei aqui’, relatou.

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Baptista: ‘Falei para Bolsonaro, no dia 1º o senhor não será presidente’ 3m585c

Em depoimento ao STF, o ex-chefe da Aeronáutica também revelou que alertara o ex-presidente de que, com a derrota nas urnas nas eleições de 2022, não havia caminho dentro da legalidade para que ele permanecesse no poder. A explicação ocorreu após Baptista relatar que houve discussões sobre um eventual decreto de garantia da lei e da ordem (GLO.

“Falei com o presidente Bolsonaro: aconteça o que acontecer, no dia 1º o senhor não será presidente. A partir do momento que eu ei a achar que o objetivo de qualquer medida de exceção era para não haver assunção do presidente eleito, não estou entrando na seara ideológica, a partir desse momento (…) eu fiquei bastante preocupado”, relatou.

Presente em uma das reuniões que discutiu supostos meios para promover uma virada de mesa nas eleições, Baptista Junior disse no depoimento desta quarta que de fato foi aventada a prisão de autoridades públicas e do ministro Alexandre de Moraes. “No brainstorming das reuniões, isso aconteceu”, resumiu.

Em seu acordo de delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e braço direito de Bolsonaro ao longo de quatro anos, revelara que, em novembro de 2022, dias depois de anunciado o resultado eleitoral que barrou a reeleição do então mandatário, o então assessor para Assuntos Internacionais Filipe Martins apresentou ao presidente sugestões para a edição de um decreto que “retratava as interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo” e autorizava a prender “todo mundo”. Entre os primeiros alvos estavam os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, e o ex-presidente do Congresso Rodrigo Pacheco. Em uma versão posterior, apenas Moraes permaneceu.

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